Então o amor me cansa. Mas agora já poderia concluir uma tese e desenhar mapas sobre ele com espinhos nos olhos sem pouco doer ou me importar. Eu poderia fazer todas as coisas que me cortem o epitelial sem a entrega do meu medo. E ele está sempre muito entregue. Eu o faria só pela certeza de uma janela aberta numa casa no Alabama e algumas sementes a crescer. Eu te vejo através da cortina branca e mirabolo prosas em francês, em tcheco, espanhol, qualquer outra língua que eu arranhe - como a tua.
Mas se tu foges do deserto e queimas meus mapas e teses eu fico mais do que à (verbo expressão agonia) e eu sinto saudade. Eu sinto saudade de desertificar as pupilas que outrora devoram-me norte a sul, noroeste a qualquer outro ponto cardeal que exista em mim (meu corpo é testemunha do bem que ele me faz) e tu podes negar mas não podes fugir. Os hematomas -externos e internos - nos denunciam.
Eu preciso manter esse canal de expressão aberto, meu papel acabou, já escrevi em toda a extensão da minha pele, muros da cidade (encontrei uma padaria chamada Bonamour) e ainda não é o suficiente. Preciso que isso baste pra eu não me aflingir depois. Isso basta.
Vou embora mas eu preciso que tu te ponhas numa mala e venha comigo. Aqui eu não estanco mas sem tu eu não parto (Parto: s.m(o). Conjunto de fenômenos físicos que provocam a expulsão da criança, da placenta e das membranas fetais, ao final da gravidez.).
São trezentos e sessenta e cinco (seis) dias desde quando subiram as escadas um par de botas e uma camisa desenhada à procura do meu amor. Coloquei no teu bolso a chave de todos os cômodos e agora eu sou dois em um, que nem shampoo barato de mercadinho. E enquanto eu tiver o deserto dos teus olhos a compensar o oceano do meu peito eu estarei tranquila, com o olhos se fechando toda noite sem dor.
(que nem Triavil barato de farmácia)
(eu te amo)
que coisa linda, meu deus....
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